O Próprio Veneno - Capítulo 4
Capítulo 4
Soohyun acordou sentindo-se um pouco desnorteado. Olhou ao redor e percebeu que estava em casa. Apesar da confusão mental, não se sentia mal, sua resistência para bebida sempre fora boa. Mas tinha alguma coisa diferente, algo fora do normal. Ele acordou em sua cama, apenas de cueca e suas roupas estavam cuidadosamente dobradas em cima da poltrona, mas ele nunca dobrava as roupas, no máximo as atirava em algum canto aleatório. Na mesinha ao lado da cama, tinha um copo d´água, porém a água estava gelada, como se alguém tivesse acabado de servi-la.
Então Soohyun notou o barulho que vinha do banheiro. Em silêncio e lentamente ele se aproximou do banheiro cuja porta estava apenas encostada. O barulho de água corrente era nítido. Teria ele deixado o chuveiro aberto? Seria a explicação mais óbvia, mas ele tinha um palpite. Ele havia bebido ontem á noite, o bastante para deixá-lo sonolento depois de uma semana exaustiva, mas não era o suficiente para fazê-lo perder a memória, Soohyun se lembrava, mesmo que vagamente, de como havia chegado em casa. Ele lembrava de ter sido levado por Jaemin, mas as memórias acabavam aí. Ele não entendia por que estava sendo tão sorrateiro, era sua casa afinal, mas ele sentia algo estranho se agitar dentro dele, ele não sabia muito bem o que esperava encontrar ao abrir a porta mas nada no mundo o faria estar preparado para o que ele viu. Ele abriu a porta o suficiente para ver mas não ser visto, seu coração batia descontroladamente e ele sentia como se estivesse cometendo um crime. Ele varreu o cômodo com os olhos, indo em direção ao box e a cena que se revelou diante de seus olhos era estarrecedora. Estaria ele ainda bêbado? Ou sonhando? Porque aquilo não podia ser real.
O espaçoso banheiro em tons de preto e cinza era simples e sofisticado ao mesmo tempo e bem em frente à porta, no box com um chuveiro de última geração isolado por portas de vidro com uma parede de mármore negro ao fundo, Jaemin se banhava. Sua pele extremamente branca contrastava com o fundo de pedra escura e o vapor da água quente que o rodeava, lhe dava uma aparência éterea, quase sobrenatural. No entanto não foi essa visão que o estarreceu. Além da óbvia nudez de Jaemin, que exibia seu corpo esbelto e bem torneado em sua totalidade, ele não estava necessariamente tomando um banho. Debaixo da água e por trás da sutil cortina de vapor, era possível ver que ele se apoiava na parede com uma das mãos e com a outra ele se estimulava por trás. Seguindo a curva das suas costas, entre suas nádegas redondas e firmes, ele inseria os dedos parecendo buscar algo dentro de si.
Soohyun paralisou, ele simplesmente não conseguia sair do lugar, nem emitir um único som, respirar era difícil, pensar com clareza? Impossível. Aparentemente todo o sangue do seu corpo tinha se acumulado num único ponto.
A pele extremamente branca de Jaemin estava rosada devido á temperatura da água, as gotas de água escorriam pelo seu corpo, destacando seus contornos elegantes. Os cabelos molhados grudavam em seu rosto, as costas levemente arqueadas, um leve tremor percorria seu corpo enquanto ele ofegava baixinho. Soohyun queria odiar aquilo, queria sair dali, queria jamais ter visto tal cena. Mas seu coração batia tão forte, que parecia que todo seu corpo latejava, e seu pau estava tão duro a ponto de doer. Soohyun deve ter emanado algum tipo de vibração pois foi nesse momento que Jaemin abriu os olhos e o viu parado boquiaberto na porta do banheiro.
Jaemin piscava devagar, seu movimento sendo bruscamente interrompido. Ele engoliu seco e ficou mais vermelho do que nunca. Mas Jaemin era Jaemin e jamais admitiria tal derrota. Ele virou de costas e disse:
“Poderia me dar licença?”
“É a minha casa, sabe…”
“Já estou de saída.”
Nesse momento Soohyun não reconheceu a voz que saiu de sua própria boca:
“Não precisa, continue.”
“O quê?”
“Continue, termine o que estava fazendo…”
“Por que, seu pervertido? Quer ficar assistindo?”
“Sem chance. Até porque desse jeito, você nunca vai chegar lá. Com essas mãozinhas delicadas.”
“Uau, e aparentemente você entende mais desse assunto do que eu. Daqui a pouco vai querer me ensinar como fazer.”
Soohyun jogou a isca. Ele não sabia por que estava fazendo isso, mas as palavras saíam de sua boca sem ele nem perceber. E ao ouvir as palavras de Jaemin, ele simplesmente desistiu de responder racionalmente pelos seus atos e apenas seguiu o fluxo, se deixando levar completamente pelas provocações do outro. Ele sabia que estava sendo provocado, mas a esse ponto, ele nem se importava, ele só queria saber até onde caralhos aquilo iria.
Ele adentrou o box e parou atrás de Jaemin, que voltara a encarar a parede, se para esconder a vergonha e manter alguma dignidade ou se para exibir um ângulo ainda mais irresistível, não fazia diferença, Soohyun o pressionou contra a parede, sua ereção já não era mais possível de ser disfarçada dentro da cueca apertada e só de encostar o membro contra o outro o fez se sentir estimulado e sobrecarregado. Ele acariciou Jaemin sem pressa, saboreando cada centímetro de pele que seus dedos tocavam, experimentando a sensação de ter o outro estremecendo sobre seu toque. Com uma das mãos, Soohyun beliscou os mamilos de Jaemin, o que o fez ofegar já não tão baixinho e com a outra mão ele lentamente foi em direção á fenda entre as nádegas de Jaemin.
“Esse lugar aqui, você tem que preparar bem, para que não doa e para que você possa sentir prazer.”
“Eu sei disso, eu não sou burro. E nem virgem.”
“Pelo jeito você aprendeu tudo errado, deixa eu te mostrar como faz…”
Ele tirou Jaemin do box e o arrastou até o quarto, em meio a uma trocação de beijos vorazes, a saliva escorria e se misturava com as gotas de água que permaneciam na pele de ambos. O calor era tanto que era de se espantar que a água que cobria seus corpos não tivesse evaporado. Com as línguas tão emaranhadas quanto seus corpos, eles caíram na cama onde a gravidade os uniu ainda mais. Soohyun estava por cima de Jaemin e eles se agarravam tão intensamente como se quisessem que seus corpos ocupassem um único lugar no espaço. Soohyun descolou seus lábios de Jaemin e em um esforço hercúleo para manter a lucidez, vasculhou a gaveta da mesinha de cabeceira atrás de preservativos e lubrificante. Não é porque era com Jaemin que ele seria desleixado, na verdade por ser com Jaemin ele estava sendo tão dedicado, ele queria e ele ia mostrar como é fazer sexo bem feito, sexo de verdade. Ele só jamais imaginara sentir tanto prazer no processo. Ele colocou um dos preservativos nos dedos, espalhou uma generosa quantidade de lubrificante entre as nádegas de Jaemin e inseriu dois dedos logo de uma vez. Jaemin estava fazendo exatamente o mesmo no banheiro ainda agora afinal, não seria doloroso. Ele habilmente vasculhou o buraco com os dedos até encontrar um ponto. E o pressionou. O pau de Jaemin estava duro feito pedra, ele arqueou as costas e agarrou um travesseiro e o mordeu na esperança de conter os gemidos que teimavam em escapar.
“Tá vendo só, é aqui que você tem que tocar pra se sentir bem.”
Jaemin se contorcia na cama, e Soohyun tinha certeza de que não era por estar sentindo dor. Acontece que aquilo estava deixando Soohyun em uma posição desconfortável. Seu pau latejava dentro da cueca, que já estava encharcada. Ele não podia suportar mais.
“Sabe, se você já tá assim só por engolir os meus dedos…Eu poderia fazer você se sentir ainda melhor…”
Soohyun agarrou o membro de Jaemin e o acariciou enquanto movia seus dedos com mais destreza, sempre atingindo o mesmo ponto, fazendo com que líquido pré-gozo escorresse. Jaemin se movia conforme os movimentos de Soohyun e lágrimas escorriam de seus olhos. Foi quando de repente, Soohyun parou seus movimentos. Jaemin abriu os olhos e o encarou espantado.
“Eu posso fazer você se sentir ainda melhor, mas você vai ter que pedir.”
Dava pra notar a fúria nos olhos de Jaemin, seu peito subia e descia com a respiração descompassada e seu pau continuava duro feito pedra.
“Então é só até aí que você está disposto a me ensinar? Se eu soubesse teria continuado sozinho.”
Soohyun que havia parado os estímulos num momento estratégico, apenas para provocar Jaemin, foi pego em sua própria armadilha. Mas era tarde demais para desistir, para voltar atrás. Aliás, ele não queria desistir, ele queria fazer aquilo até o fim, ele sentia uma necessidade desesperada de dar prazer ao outro, de vê-lo se contorcendo sob seu corpo, de ouvir seus gemidos, de sentir o seu tremor. Chega de provocações, eles já chegaram até ali, então ele obteria o melhor da situação.